segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Síndrome de coitadismo


-> Dance, escreva, coma um chocolate e, se não tiver chocolate, substitua por doce de leite. Mas, por favor, não fique dizendo: “Oh vida! Oh, azar!”

Eu estava numa lanchonete, sozinha, quando duas garotas sentaram ao meu lado. Elas começaram a conversar e eu ouvi, afinal, não tinha nada para fazer e as ondas sonoras se propagam no ar. Bom: a menina A comentou que ia cortar o cabelo e a C falou, animada: “Legal, como vai ser o corte?” E a A respondeu: “Ah, nem pensei, nada no meu cabelo dá certo...” Depois a C falou que estava feliz porque ia viajar pra uma festa e a A disse: “Você sempre curte tanto essas viagens, né ... já eu vou ficar por aqui, como sempre...” Quando eu já estava quase usando a minha faca para atacar A, me acalmei e pensei em canalizar minha fúria para escrever.
Relaxe!!! Antes de começar a detonar A, eu só queria dizer que, ás vezes, o neurótico atrapalha não só a si mesmo, como também as pessoas à sua volta porque, afinal, suas reclamações a tornam um pessoa chata. Não tenho pena da A, mas de C, que atura a amiga se lamentando com aquele ar de coitadinha. Dá vontade de sacudir a A e sugerir que ou ela pule da janela ou pare de reclamar e coma um chocolate, pelo amor de Deus!
Mas chega de enrolação e vamos começar bem do começo. Deus, o Big Bang, ou o que você quiser criou o mundo. Resfriamentos, aquecimentos, vidas criadas, o ovo ou a galinha, macaco, homem e aqui estamos. Toooodos no mesmo mundo. Bom, desde o começo ficou claro que os seres humanos não vinham iguais de fábrica. Uns eram mais bonitos, outros mais feios, uns tinham bons pais, outros uma família que te deixava “na vala”, uns com habilidades pra pesca, outros pra coleta, e uns que gostavam de aviões ( =P ), etc... A humanidade foi caminhando até que o tempo parou nas amigas A e C, em que me prenderei agora.
A, com certeza, tem felicidades e tristezas na vida dela. Coisas que não fizeram parte de sua gama de escolhas, que ela não pôde trocar na fábrica, e coisas que dependiam dela. C também. Veja bem, não estou querendo falar que a vida delas tinha a mesma quantidade de coisas boas e ruins: primeiro porque basta observar ao seu redor para ver que as circunstâncias em que algumas pessoas se encontram são mais problemáticas que as de outras, mesmo. O que quero dizer é simples: todo mundo tem problemas, uns mais do que outros, mas nem tudo nós podemos escolher, e focar nas coisas ruins não adianta nada.
O Sol vai continuar nascendo, os dias continuarão passando e a neurótica A, quando tiver 90 anos, vai olhar para seu passado com vergonha porque, não importa o quão zangada a vida dela fosse ( e duvido que seja tão zangada assim), ela poderia ter deixado seus dias bem mais legais e dinâmicos se tivesse interrompido as lamentações para, sei lá... comer chocolate!!!!

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